Spencer | Crítica

Share on facebook
Share on twitter
Share on pinterest
Share on whatsapp
Share on telegram

Na temporada de premiações da Academia, alguns filmes naturalmente se destacam por sua expressividade em um ou outro fator técnico, ou até por toda sua conjuntura, como é o caso do disputado Oscar de Melhor Filme. Nem sempre todos os indicados vão ser chamativos por um ou outro elemento, mas de vez em quando tem aquele tipo de filme potencialmente indicado que clica com você.  E bem… esse foi meu caso com ‘Spencer’. 

Por via de regra, todas as produções que envolvem Diana, a Princesa de Gales me agradaram profundamente. É o caso de ‘Lady Di: Suas Últimas Palavras’, documentário que explora a vida de Diana com um riquíssimo acervo material narrado pela própria ainda em vida. 

Porém, tenho sérios problemas em me engajar com filmes biográficos. No entanto, o trabalho do diretor Pablo Larraín em ‘Jackie’, filme sobre Jacqueline Kennedy onde a ex-Primeira Dama é interpretada por Natalie Portman, me agradou muito. Com uma personalidade que naturalmente admiro e um diretor que captura o necessário para uma boa experiência cinematográfica falando de biografias, dei uma chance para ‘Spencer’.

E bem… não me arrependi. Do tom tipicamente melancólico e consensual do diretor à atuação exemplar de Kristen Stewart, ‘Spencer’ pode ser definido em síntese com uma série de adjetivos positivos. O longa explora os últimos dias de Lady Di enquanto coadjuvante da Família Real, levando-a ao centro da trama e fazendo o longa compartilhar com os espectadores toda a angústia que a rotina tradicionalista lhe concedia. 

Embora muitos paralelos possam ser traçados com ‘Jackie’, um aspecto exclusivo do longa mais recente é a intersecção da vida pública e privada. A própria Diana já não conseguia mais ver onde essa linha existia, se é que existia. E tudo isso em meio aos conflitos de sua tocante sensibilidade com o tradicionalismo conservador da família real em nome das relações públicas. Em um período de aproximadamente 3 dias, durante o natal de 1991, ‘Spencer’ narra como a jovem Diana tenta lentamente desabotoar os costumes e expectativas que lhe foram depositados nos últimos anos. 

E acredite: tudo neste filme surge como metáfora; da sequência das cenas até sua direção fotográfica, o compartilhamento das angústias de Diana vai muito além da atuação de Stewart ou de diálogos vazios no roteiro. E é esse ar intimista que me agrada tanto no trabalho de Pablo Larraín: para entender ‘Spencer’, toda a conjuntura conta. 

Embora você possa incluir o filme na vasta filmografia relacionada à família real, o palco de ‘Spencer’ obviamente se reserva para Diana. Charles e sua mãe, Elizabeth II, são alguns dos coadjuvantes importantes para a construção de personagem da Princesa de Gales, certamente, mas tenho de lembrar que não estamos falando de ‘The Crown’. 

Outro aspecto um tanto importante de ‘Spencer’ é a ambientação e fotografia. Dos planos às escolhas de lugares e iluminação, o filme entrega um trabalho simplesmente exemplar quando se trata dos aspectos citados. Agora, um detalhe importantíssimo na imersão da obra é a atuação de Kristen Stewart. 

Com um ceticismo enorme por parte do público, se tratando da competência da atriz em emular o comportamento de Lady Di, Stewart deu um show em absolutamente todo e qualquer aspecto que o filme lhe delegou em atribuições de atuação, em todos os seus variados cenários. Espetacular, seu trabalho deve ser um dos apontados na lista de indicados ao Oscar de Melhor Atriz.

É um filme que trabalha com desconstruções de mitologias, seja sobre Diana ou sobre a própria família real, são um dos vários fatores que o tornam tão especial enquanto obra. 

Conclusão: ‘Spencer’ traz tudo aquilo de mais intimista que pode oferecer sobre a história de Diana. Uma cinebiografia sem grandes acontecimentos, a história contida oferece ao espectador uma experiência sem grandes amarras, mas cheia de metáforas e linguagens implícitas, o que torna tudo muito prazeroso. Com um tom notoriamente sensível e intimista, uma fotografia e ambientação que permitem suspiros e uma atuação de tirar o fôlego falando da atriz Kristen Stewart como Diana, o longa vem como mais um grande acerto de Pablo Larraín, sendo um dos fortes nomes da Academia em uma extensa lista de aspectos técnicos.

Nota: 9/10

Mas e você, já assistiu ‘Spencer’? Acha que o longa vai fazer barulho no Oscar? Comente!

Deixe um comentário!

Nos siga das redes sociais!

Patrocinador

+ Matérias

Patrocinador