O Espetacular Homem-Aranha | Crítica

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Reboot de franquias são sempre uma experiência e tanto, uma montanha russa de emoções. Podem readaptar com excelência um material, ou até dar novos ares necessários para um produto saturado. E claro, temos aqueles casos onde você só faz um novo produto pra manter a franquia em alta (ou, em alguns casos, até para manter os direitos mesmo). Na opinião de diversas pessoas, o último exemplo foi o caso de “O Espetacular Homem-Aranha”. 

O longa dirigido por Marc Webb tinha uma difícil missão: contar, mais uma vez, a origem do Homem-Aranha, 10 anos depois do lançamento de um filme que se propôs o mesmo e cumpriu a tarefa muito bem, como é o caso do longa dirigido por Sam Raimi.

Portanto, “O Espetacular Homem-Aranha” tinha 2 missões fundamentais: não só contar uma boa história de origem do Homem-Aranha e de Peter Parker, mas também se destacar de todos os elementos prévios que o público já conhecia falando da origem do teioso. Uma “história não contada”, como o próprio marketing do filme nomeava.

E bem, quase 10 anos depois, com o retorno de Garfield como Homem-Aranha em Sem Volta Para Casa, vamos à crítica de “O Espetacular Homem-Aranha” de 2012, protagonizado por Andrew Garfield e Emma Stone e dirigido por Marc Webb.

Em O Espetacular Homem-Aranha, temos um lado nunca contado de Peter Parker

Depois das introduções de Marvel, Columbia e Sony Pictures, o filme começa de um jeito irreconhecível, você verdadeiramente não consegue ver um filme do Homem-Aranha ali. Todavia, a cena é um tanto importante para ditar o tom de uma das principais tramas desse filme.

De tantos elementos para adaptar, a escolha da Sony falando de algo que destacasse bastante o filme de Andrew Garfield da trilogia de Tobey Maguire são os pais de Peter. E embora você possa apontar o papel de Richard e Mary Parker nos quadrinhos Ultimate, o casal originalmente só serviu para uma subtrama espiã típica da Guerra Fria. O mais próximo que tivemos desse passado ser explorado foi a série animada dos anos 90, com o arco do fim da quinta temporada envolvendo o Caveira Vermelha. 

Portanto, é uma subtrama de se desconfiar, em especial pela pobreza do material base. Embora a adaptação dessa história seja a grande base do Homem-Aranha de Andrew Garfield, não é uma trama que particularmente me agrada, falando em especial do primeiro filme. Parece uma tentativa constante de se destacar da trilogia de Sam Raimi, mas foi mais longe em uma tentativa de autenticidade e só ficou mal executado.

Mas para não dizer que não falei das flores, temos a May e Ben Parker interpretados por Sally Field e Martin Sheen, respectivamente. Os atores não só dão um show, como são também um dos grandes destaques desse filme.

Já falando do Peter Parker, acho importante pontuar que as problemáticas são menores, pessoalmente. Já não estávamos mais nos anos 60 há uns bons 50 anos, portanto me parece completamente plausível que um Peter Parker do começo dos anos de 2010 fosse exatamente da forma que foi retratada. 

Alguns exemplos bobos — como Peter Parker andar de skate, por exemplo, causaram grande espanto do público. E esse tipo de banalidade é o que pessoalmente me faz ter algum tipo de ceticismo com a crítica mais abrangente e menos pontual sobre esse filme.

Mas meu maior problema com esse Peter, de longe, é a sua motivação para se tornar o Homem-Aranha. Ao invés do clássico “com grandes poderes, vem grandes responsabilidades”, o filme vem com a ideia de um Peter Parker que se torna Homem-Aranha por vingança. Eu entendo a proposta, eu assisti a execução, mas mesmo assim achei (e acho) uma ideia terrível, que vai sim de encontro com aquilo que o personagem representa.

Além disso, qual a cena mais memorável que você consegue ter do Homem-Aranha de Andrew Garfield envolvendo o significado e a mais pura essência do personagem sem ser aquela do menino na ponte. Agora compare com o filme que saiu 10 anos antes, em 2002. Minha crítica jamais vai ser ao ator Andrew Garfield em si, que inclusive oferece um trabalho acima da média falando do teioso nas telonas até o dia de hoje, mas sua versão do aracnídeo não traz nada de muito relevante.

Roteiro, Gwen Stacy e escola

No geral, o roteiro até apresenta algo trabalhável de relance, mas toda sua estrutura compromete o potencial. Um dos elementos que posso elogiar falando de “O Espetacular Homem-Aranha” é a dinâmica escolar. Mesmo com pouco tempo de tela, essas cenas são as que mais me causam um sentimento de “isso é muito Homem-Aranha”, Marc Webb fez um bom trabalho aqui. E falando do bom trabalho do diretor, temos a relação de Parker com Gwen Stacy, interpretada por Emma Stone. 

Você pode questionar os momentos de vergonha alheia, mas Stone oferece uma memorável Gwen Stacy aos espectadores, sendo talvez um dos mais memoráveis pares românticos que os filmes de super-herói já viram. As cenas de ação do Homem-Aranha de Garfield também divertem, mesmo com o primeiro traje sendo algo pessoalmente horroroso. Agora, vamos ao elefante no meio da sala…

Lagarto, o desastre (e Sem Volta Para Casa)

Filmes de super-herói eventualmente erram com o vilão. É comum, é humano, mas erros como o visto nesse filme são grotescos. Rhys Ifans é uma escolha um tanto interessante para Cort Connors, mas vamos falar do Lagarto em sua estreia live-action: terrível. Além do visual de adaptação bastante livre em comparação aos quadrinhos, como de praxe nos filmes do Homem-Aranha, tudo aqui é problemático.

Da relação de Parker até a motivação eugenista, o vilão interpretado por Ifans entrega uma experiência medíocre, que não traz nada de relevante e é favorecido por conveniências de roteiro um tanto questionáveis. Até em Homem-Aranha 3, víamos todos vilões com motivações completamente mais plausíveis que a do Lagarto desse filme. O mais completo desastre. Mas, para os sortudos fãs do vilão, Ifans deve retornar em “Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa”, aparentemente com um visual mais fiel aos quadrinhos, tal qual o que foi visto na série animada dos anos 90.

Conclusão: “O Espetacular Homem-Aranha” fala, fala, mas não diz nada. Não entrega nada muito conclusivo e coeso acerca do herói, sendo uma série de rascunhos compilados e executados pela Sony Pictures. O brilho fica por conta não só de Andrew Garfield, Emma Stone, May e Ben Parker, mas também as cenas de ação. O vilão é o mais completo desastre e a trama envolvendo os pais do herói não traz nada de relevante, além de ser tediosa.

Nota: 6/10

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