Ataque dos Cães | Crítica

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Grande nome da Netflix para o Oscar de Melhor Filme, Ataque dos Cães possui de fato chances reais de garantir o mais cobiçado troféu da Academia nesta temporada. O filme dirigido por Jane Campion e estrelado por Benedict Cumberbatch e Kirsten Dunst brilha em muitos aspectos técnicos, mas e o cerne da narrativa? Os roteiristas fazem um bom trabalho? É isso que eu te conto na minha crítica sem spoilers de Ataque dos Cães, adaptação do livro Power of The Dog, do autor Thomas Savage.

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Ataque dos Cães é a subversão do western clássico 

Se por um lado, toda a estética, arquétipos e esteriótipos dos filmes bang-bang estão presentes aqui, o trabalho de Campion busca desconstruir a figura do caubói, servindo até como um debate sobre as figuras de masculinidade na história do cinema, seja faroeste ou não.

A materialização deste debate em Ataque dos Cães é o personagem Phil Burbank, brilhantemente interpretado por Cuberbatch. Irmão de George, Phil trava uma série de conflitos quando sua propriedade vira espaço da esposa do irmão, Rose, interpretado por Kirsten Dunst, e o filho Peter. 

Sem entregar muito, a montagem do filme é bastante perspicaz em dar ao espectador as peças para dois grandes quebra-cabeças que são os principais temas do longa: a construção de uma mente por trás de uma tragédia e um debate sobre sexualidade reprimida. 

Phil e Peter em Ataque dos Cães

No entanto, minha crítica vai ao formato de roteiro como um todo. Se por um lado, a condução da narrativa trabalha de forma brilhante com o subtexto, pouquíssimo se entende pela linha de estória principal, o que pode prejudicar a experiência aos mais desavisados. O subtexto é didático, é dúbio no que se diz ao seu lado abstrato e ao mesmo tempo objetivo, mas é um subtexto. Além do esquecimento da figura de George, o marido de Rose, que aparenta ser importante apenas no início, a predominância do subtexto me incomoda.

Agora, falando das atuações: nenhuma indicação foi por menos. Dunst convence em Ataque dos Cães como dificilmente convenceu no passado. A dama em perigo dos anos 2000 dá lugar para uma personagem quebrada, mas cheia de camadas a serem discutidas, em especial no contexto de um filme de época, onde o papel da mulher na sociedade representa um braço de uma outra visão às controversas atitudes de Rose. 

Rose, interpretada por Kirsten Dunst, em Ataque dos Cães.

O final não é surpreendente, mas sim um desfecho interessante de um quebra-cabeça. As aproximações e amistosidades repentinas de repente fazem sentido. O tom confusamente melancólico do fim na linha principal da estória dá lugar ao momento de reflexão do espectador que, ao mesmo tempo que consumiu um filme super parado, tenta digerir o que gostou ou não da abordagem.

Conclusão: Ataque dos Cães não fez por menos em seu reconhecimento nos festivais de cinema e no próprio Oscar como um todo. Subverte o western clássico e traz ao gênero um frescor de debate sobre masculinidade e a construção de uma tragédia. Falha, no entanto, em reproduzir sua história exclusivamente pelo subtexto, sem dar um espaço satisfatório e conclusivo para a linha de estória principal. Vale o destaque para a atuação de Kirsten Dunst e Benedict Cumberbatch, um fortíssimo nome ao Oscar de Melhor Filme.

Nota: 8/10

Mas e você, o que achou do filme? Acredita que ele vai levar o Oscar? Comente! 

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