E chegamos ao final da segunda temporada de ‘Euphoria’. A season finale da série estrelada por Zendaya tinha uma dose de desafios pela frente: entregar um desfecho para as pontas deixadas no episódio anterior, mas também trazer ao espectador um final de temporada satisfatório e de tirar o fôlego. De certa forma, o episódio entregou tudo isso, mas a execução…
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O texto abaixo contém spoilers.
De imediato, a série tira o elefante do meio da sala: a ausência de Fez na peça de Lexi. O episódio vai e vem nesse acontecimento, mas o desfecho seguiu pelo caminho mais fácil de apontar conforme o que materiais publicitários da HBO indicavam pelo histórico subversivo: embora a isca fosse jogada sob Fezco, quem morre de verdade não é ele.
Pois é, Ash. O pequeno irmão de criação de Fez decide assumir a responsabilidade do ato de matar Custer, levando ao clímax da situação com Ashtray morto por policiais na frente do irmão mais velho, que presenciou tudo ainda com um tiro no abdômen. Como Fez encara isso deve ser o seu grande dilema da temporada posterior (caso Sam Levinson não brigue com o ator e o apague da temporada).
A série volta (de forma literal) seus holofotes à peça de Lexi, mas agora para o momento Coringa de Cassie, que entra no auditório do jeito mais transtornado e esquisito possível, subindo ao palco e aí sim instaurando um monólogo que visa humilhar a irmã. A ética da peça de Lexi pode ser questionada, mas a índole e o objetivo não. A réplica de Cassie, no entanto, a faz menos apática para o espectador, mas seu dilema se intensifica quando Maddy, a rainha do entretenimento, decide correr atrás da briga em um momento onde você enquanto espectador mais parece um torcedor médio do futebol brasileiro. Mágico.
Mas o show deve continuar, e mesmo após todos os dilemas enfrentados (no meio do palco, vale destacar), Lexi segue com a peça após o apoio de sua equipe e da própria audiência, que clama por sua presença em um coro levantado por Rue. Aliás, a personagem interpretada por Zendaya é uma importante parte deste quebra-cabeça que é a season finale da segunda temporada de ‘Euphoria’. Das reações mais singelas aos acontecimentos alheios à peça até os diálogos revividos por Lexi que lhe emocionam completamente, tudo é muito singelo se tratando de Rue, que combina o estado de felicidade e a sobriedade pela primeira vez em tela, deixando nossos corações aquecidos.
Mas antes de ir ao desfecho, vamos tirar a desagradável poeira do tapete: a sequência entre Nate e Cal Jacobs. Só não foi mais tempo de tela perdido que a música de Elliot, mas definitivamente não agradou. Porém, a prisão de Cal deve sim ser um acontecimento pontuável para a próxima temporada.
Mas voltando à Rue, seus momentos com Elliot (menos pela música), Lexi e Jules são lindíssimos, em especial com Jules. A forma com que a ex fala o quanto a ama e sente a sua falta e a reação de Rue é um ensurdecedor silêncio materializado por um beijo na testa e um adeus tornam tudo muito especial. E quando ela sai daquele auditório, nada parece certo. Porém, o que pode ser o amargo fim da temporada faz o espectador refletir sobre essa relação. A dependência entre as duas era saudável? Cabe à Rue demonstrar como se saiu posteriormente, visto que ela enquanto narradora demonstra estar alguns anos à frente dos acontecimentos da série.
Conclusão: Com um desfecho que amarra grande parte das pontas soltas, a season finale da segunda temporada de ‘Euphoria’ pode não satisfazer os fãs que esperavam o puro suco da melancolia e do entretenimento. Mas deixa tópicos suficientemente interessantes a serem abordados na terceira temporada que chega entre 2023 e 2024, além de oferecer sim suas cenas tocantes. É sobre luto, é sobre desfechos, é sobre tudo.
Nota: 7,5/10
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