Cavaleiro da Lua! Eu não sei se já comentei isso aqui anteriormente, mas acho louvável o quanto a máquina da Marvel Studios consegue transformar personagens completamente irrelevantes ou desconhecidos por parte do grande público em alguma coisa.
É o caso do herói que citaremos hoje. Se por um lado, o personagem era ignorado em grande parte por leitores de quadrinhos, o grande público poderia citar uns 10 personagens da Marvel Comics e o Cavaleiro da Lua de longe não estaria na lista. Porém, tempo vai, tempo vem, e o personagem ganha uma série no Disney+ estrelada por Oscar Isaac.
Mas, mesmo sem conhecer, tenho que admitir: do que foi feito com o MCU nas telinhas, Cavaleiro da Lua certamente tem cara de ser a produção mais agradável em proposta e execução, algo que o primeiro episódio estabelece muitíssimo bem.
Cavaleiro da Lua: do ilustre desconhecido ao justiceiro de branco
A série acompanha Steven Grant, interpretado por Oscar Isaac, um sujeito de vida monótona que tem seus sonhos suprimidos por um trabalho medíocre. Sua vida vira de ponta cabeça, no entanto, quando seu sono involuntário gera sempre um despertar agitado; sempre no meio de uma ação, o episódio traz tanto a ambiguidade da confusão do protagonista e do espectador sobre o que acontece, mas também sobre qual personalidade assume o corpo: Steven ou Marc.
Com vozes em sua cabeça (Konshu), a pressão sobre o escaravelho que ele carrega é tão constante quanto o desdém da entidade acerca do risco de sua vida em sequências de ação de tirar o fôlego. Aliás, vale o elogio ao tom, ritmo e humor: tudo menos pasteurizado que as demais obras do MCU nas telinhas. O tom de um thriller aliado aos closes e visuais macabros bem terror anos 80 trazem um nível de autenticidade ao material que todo o resto da Marvel Studios em séries sonha ter. Da trilha sonora ao jogo de câmeras, tudo me parece um acerto.
Aos poucos, Steven descobre o quanto a sua outra personalidade assume aquele espaço, e exemplos não faltam: o tempo que não lembra ter passado (o que lhe faz ter perdido um encontro), ou até ligações desesperadas buscando um tal Marc.
Muito presente no episódio, Arthur Harrow dá as cartas sobre os grandes momentos de ação da série, incluindo a sequência final, onde o vilão libera uma besta mística que faz com que, em um momento de pura pressão, Steven ceda o corpo a Marc de forma consensual. E aí, em uma cena de ação sensacional, nasce aos olhos do público o Cavaleiro da Lua.
Conclusão: Um terror e thriller como nunca antes visto na Marvel, o primeiro episódio de Cavaleiro da Lua traz um tom profundamente autoral em comparação aos seus irmãos mais velhos. O instigante mistério acerca dos macabros acontecimentos culmina em um clímax com uma bela pancadaria, digna de um justiceiro de branco como o Cavaleiro da Lua.
Série de um imenso potencial.
Nota: 8/10
Mas e você, o que achou do primeiro episódio? Comente!