De vez em quando, Star Wars é ofensivamente ruim. De vez em quando é ruim. De vez em quando é qualquer coisa. De vez em quando é bacana. E de vez em quando… bem, esse de vez em quando é o que aflorou minha paixão com a saga na infância. E com toda sinceridade? Me senti exatamente assim com o sexto capítulo de ‘O Livro de Boba Fett’.
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O texto abaixo contém spoilers.
Como a Disney vinha insinuando em seu marketing, o episódio de hoje deveria mostrar os desdobramentos de Grogu após os acontecimentos da segunda temporada de ‘The Mandalorian’. E então… aconteceu! No maior clima de terceira temporada de ‘The Mandalorian’, vemos Din Djarin em busca da criança. Mas antes, uma pequena aparição no mínimo inesperada: Cobb Vanth, xerife de Mos Pelgo, com eventos que devem preceder o clímax do episódio seguinte (que, curiosamente, será o último).
Porém, voltando ao pequeno Grogu; quando a nave de Mando aterriza e vemos R2-D2, sentimentos mistos ascendem. “Ele vai servir para dar uma desculpa pela ausência do Luke, não é?”, ou “Eles não iam cometer essa mancada de não trazer o Luke, né?” e por fim o “Mas não é muito cedo?”. Pouquíssimo tempo depois, a série me responderia esse dilema: não é cedo demais.
E enfim vemos Luke Skywalker mais uma vez. O primeiro comentário que deve ser feito é sobre a tecnologia de deepfake, significativamente melhorada em relação ao que vimos de Luke em 2020. De padawan à mestre, o jovem Skywalker é a aparição deleite de qualquer fã de Star Wars, cada segundo do Jedi interagindo com o pequeno Grogu é de uma satisfação que não cabe no peito. A menção ao Mestre Yoda, o pequeno Grogu sendo carregado na mochila tal qual em ‘Império Contra-Ataca’, o “Faça, não tente” e uma série de outros elementos fazem o episódio de Dave Filoni celebrar com maestria o riquíssimo catálogo de legado de Star Wars enquanto franquia.
Sem mencionar, claro, a aparição de Ahsoka Tano. A padawan de Anakin Skywalker se encontra (ao menos no cânone) com o filho de seu mestre, já mais experiente. Ver Ahsoka compartilhando seus sentimentos sobre Anakin com Luke é definitivamente emocionante, a intersecção do amor para os fãs de ‘Clone Wars’ e da Trilogia Original.
Também conhecemos mais do passado de Grogu, em um flashback ambientado durante a Ordem 66. Sua conexão afetiva com Djarin no entanto relembra a escrotidão dos Jedi enquanto organização: Tano persuade o personagem de Pedro Pascal com a ideia de não ver o jovem Grogu, fazendo Mando ceder. Mas quando Din deixa um presente, Luke no entanto faz ele escolher: ou treina para se tornar um Jedi em definitivo, ou pode reencontrar Din Djarin mais uma vez. O episódio deixa em aberto a escolha do pequeno.
Din volta para Tatooine, agora reencontrando Vanth para conversar sobre o Sindicato dos Pykes. A ideia de um confronto em Mos Pelgo (agora chamada de Vila Livre) assusta o xerife, que comanda agora uma cidade pacífica.
Porém, após uma reflexão quando Mando deixa a cidade, o xerife e prefeito convoca a população para essa batalha. Porém, uma pequena aparição precede a reunião: ninguém menos que Cad Bane, em sua primeira aparição live-action, tenta comprar a neutralidade da cidade perante ao confronto planetário que deve ocorrer entre Fett e o sindicato. Matando Cobb Venth, o futuro é incerto para o duelo que finaliza a primeira temporada de ‘O Livro de Boba Fett’. E, mais uma vez, o que tem de melhor na série do nosso velho mandaloriano sequer o inclui (ou, como no caso do sexto capítulo, o inclui em poucos segundos de forma pontual).
Conclusão: Quase sem Boba Fett, o sexto capítulo brilha. Brilha pela linda celebração ao legado de tudo aquilo de mais icônico que a saga produziu, onde me refiro às aparições de Luke Skywalker e Ahsoka Tano, mas também ao cuidado de Dave Filoni em como orientar a expectativa do espectador. Com a grande cartada de Cad Bane sendo introduzida ao fim da temporada, saber o verdadeiro vilão na reta final torna a expectativa para o último episódio muito maior. ‘O Livro de Boba Fett’ precisou escantear o protagonista para tornar o seu próprio material interessante, mas funcionou. Os dois episódios participam daquelas seleções de tudo de maravilhoso que a franquia vem proporcionando após o fiasco da última trilogia.
Nota: 10/10
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