Neymar, o homem. Você não precisa ser um expert do futebol para notar a expressiva ascensão do atual camisa 10 do Paris Saint Germain nos últimos 10 ou 15 anos, voltando ao seu começo no Santos Futebol Clube. Admito que se não fosse o streamer Casimiro, provavelmente o documentário não chegaria na casa deste que vos escreve, mas o meu voto de confiança no Rei do entretenimento foi, por incrível que pareça, certeiro.
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Antes de tudo, acho importante se perguntar com qual expectativa você deve sentar para assistir ‘Neymar – O Caos Perfeito’, a série original Netflix do astro. Afinal, não estamos falando de um documentário crítico (ou enfadonhamente autocrítico), mas não consigo classificar exclusivamente como propaganda.
Obviamente o material serve como uma forma de celebrar a carreira de Neymar e certamente é uma exposição expressiva para o astro enquanto marca (em especial com o movimento do streamer Casimiro, uma das figuras mais em alta do entretenimento digital no Brasil), mas quais os limites narrativos? O documentário permite adicionar a sombra de um legado em construção? Eu assisti o primeiro episódio de ‘Neymar – O Caos Perfeito’ e essas são as minhas primeiras impressões!
Neymar: lenda em ascensão ou potencial monstro?
O primeiro episódio narra a ascensão do jogador, sua trajetória no Santos e enfim a sua chegada ao Futebol Club Barcelona. Em paralelo ao plano principal, a narrativa se apega não só em reconstituir a sua história, mas também se dá o luxo de entregar ao espectador uma visão mais intimista do homem por trás do mito.
Momentos pequenos são partes fundamentais na hora de reiterar uma identificação com o público, a Netflix traz isso novamente, visto que fez o mesmo com Anitta, trazendo também a estética típica de documentários Netflix. Em seu primeiro episódio, o tom é, de forma geral, positivo. Porém, diferentemente de uma propaganda pura, há a liberdade crítica de apresentar contrapontos (muito) necessários aos feitos de Neymar ao longo dos anos, embora sua carreira na juventude se apegue em poucos capítulos, como o caso com o treinador Dorival Júnior e o adversário Renê Simões, inclusos na biografia como um capítulo importante nas relações públicas da carreira do então craque do Santos.
Ao mesmo tempo que apresenta as polêmicas acerca do seu posicionamento dentro e fora de campo, o documentário dá o espaço necessário para que o espectador ouça do próprio Neymar aquilo que ele já deveria saber: ele foi, é e será assim.
Acrescentando o sal de críticas do documentário, a biografia divide de forma interessante um espaço aos torcedores mais críticos da “postura de diva” de Neymar, que prejudicaria seu desempenho no PSG. Em um material propaganda de tom biográfico, é uma posição corajosa.
Falando de coragem, não posso dizer o mesmo de Neymar Pai. O documentário reitera o óbvio: o pai do astro utiliza seu espaço como uma plataforma massageadora de seu próprio ego, projetando suas ambições retraídas na bem sucedida carreira do filho. Diferente do filho, que oferece uma visão mais humana de Neymar Jr, a presença da mãe do craque pouco acrescentou na narrativa.
Voltando ao Neymar Pai, ele parece ser uma figura chave da narrativa do documentário, em especial por comentar o desgaste e o futuro da marca de Neymar Jr, onde o pai e empresário do astro é peça fundamental na gestão de crise, profissional e pessoal. Momentos íntimos ali compartilhados mostram como o ídolo se sente acanhado em superar as expectativas do próprio pai.
Porém, tudo citado sobre críticas vai até a página dois, infelizmente, visto que tudo parece ter um contraponto sensato do ponto de vista do jogador, um controle de dano característico de produções biográficas que induzem a ideia de colocar a mão no fogo, mas na verdade só esquentam um pouco os dedos.
Conclusão: Em seu primeiro episódio, ‘Neymar – O Caos Perfeito’ tenta ir além de uma propaganda, mas não sustenta uma autonomia para as críticas pontuadas sobre o craque. Traz um olhar intimista e humano em paralelo à narrativa da história de construção de um astro, com direito a diversas participações especiais (e a produção executiva do astro LeBron James). Vale o destaque para a linha narrativa, direção e a execução de maneira geral, estética e trilha sonora de brilhar os olhos.
Nota: 7/10
Mas e você, vai assistir todo o documentário pela Netflix, ou já viu o primeiro episódio com Casimiro? Comente!
