Eternos | Crítica

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Antes de começar, gostaria de reiterar que essa crítica de Eternos não contém spoilers.

Quando entrei na sala de cinema para assistir Eternos, estava curioso com o que a Marvel Studios iria entregar essa vez, visto que nunca houve uma repercussão tão significativamente negativa por parte da crítica acerca de um filme do MCU. E antes que me pergunte, meu conhecimento acerca dessas figuras mitológicas da Marvel Comics se limita ao filme, visto que os Eternos não receberam nenhuma adaptação midiática de relevância desde o seu surgimento enquanto grupo nas HQs.

A escolha de Chloé Zao, diretora do último longa vencedor do Oscar de Melhor Filme, indicava aquele cenário clássico onde grandes corporações querem uma visão mais assinada e autêntica, menos homogênea em comparação ao resto do material, que vez ou outra apresenta alguma assinatura na direção meticulosamente monitorada no Universo Cinematográfico da Marvel. 

Já abordo o elefante no meio da sala: não é tão ruim quanto a crítica faz parecer ser, ao menos no meu ver. O filme mais mal avaliado da Marvel Studios no Rotten Tomatoes não é um Capitão América 2, mas também passa longe de ser um Thor: Ragnarok, Homem-Aranha: Longe de Casa ou Capitã Marvel. 

De início, pra quem achou o filme fantástico: nada contra. Ele tem uns elementos de narrativa um tanto interessantes, em especial o ponto de revisitar momentos históricos e relacioná-los aos personagens da trama, é um ponto interessante. Mas falando um pouco mais dos personagens individualmente, o destaque fica por conta de 3 dos Eternos pessoalmente falando: a Sersi de Gemma Chan, o Phastos de Brian Henry e a Makkari de Lauren Ridloff. 

Ao longo das 2 horas e 37 minutos de filme, foram os personagens que mais consegui me conectar, em especial pela visão de ambos acerca da essência eugenista do celestial Arishem. Sem entregar a trama, a premissa da problemática inicial de Eternos muita relação tem com a visão restrita de Arishem, clássico personagem com a ideia de um bem maior. 

Outros personagens relevantes de serem abordados são os interpretados por Richard Madden e Angelina Jolie. Meu receio em trazer uma atriz de tão grande porte para o MCU era que ficasse nítido que era mais uma ponta de celebridade do que uma atriz incorporando a loucura que é a lore desse filme, mas mordi a língua. Jolie, apesar de ter uma personagem valorizada o suficiente, é bem inserida na trama e de forma alguma parece deslocada. 

O personagem de Madden, todavia, foi o mais intrigante para mim. Sendo uma espécie de personagem principal, essa versão de Superman do MCU não me tirou um sentimento de empatia.

Seu envolvimento no pior me trouxe esperança de boas cenas de ação, com certeza, mas nada além disso. Apesar da bagagem, achei mal aproveitado.

Agora falando da trama e direção, é tudo muito poluído e confuso. Enquanto você tenta processar aquilo que compreendeu repentinamente, o filme te joga em outro contexto, muito pelo tanto de elementos e personagens para introduzir em um filme de pouco mais de 2 horas e meia. Embora haja uma cena mais memorável entre ação e diálogo, aqueles momentos típicos de filme da Marvel faltaram, o que parece muito uma questão de pura irrelevância para a diretora Chloé Zao. 

O enredo no geral me agradou, trouxe bons conceitos, um plot interessantíssimo e um final ok, faltou apenas uma boa execução e aproveitamento de todas essas ideias. Terminei o longa com uma sensação de surpresa com a satisfação. Em uma metáfora, definiria que foi como aqueles dias onde comemos pouco e repentinamente nós sentimos cheios o suficiente. Mas se todo esse cenário apresentado não te agradou, saiba que as duas cenas pós-créditos estabelecem muito do futuro da Fase 4 da Marvel Studios.

Conclusão: Embora não seja o grande game changer do cinema de super-herói (passando bem longe disso, aliás), Eternos entrega uma experiência relativamente bacana. Com um enredo que prende, mas um ritmo duvidoso e um desenvolvimento de personagens comprometido, o longa talvez seja um dos melhores produtos lançados pela Marvel Studios em 2021. Longe do tal potencial para chamar a atenção da academia, mas mais longe ainda do poço de mediocridade que parte dos filmes do MCU já foram no passado.

Nota: 7/10

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