Qual o serviço de streaming que mais compensa assinar?

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Em 2011, um serviço de streaming chegava timidamente ao Brasil: a Netflix. 10 anos depois, a empresa pavimentou um segmento no país onde reinou soberana por anos, perdendo seu pódio no Brasil recentemente apenas para o Globoplay, serviço de streaming nacional.

De pouco em pouco, tivemos um mercado com crescimento considerável. Para exemplificar: durante o 1° semestre de 2020, com a ascensão da pandemia ao redor do mundo, tivemos um aumento de 60% no crescimento do mercado de streaming no Brasil, que atualmente se encontra em 6° lugar entre os países que mais consomem streaming no mundo, um número bem significativo para um país com uma recessão econômica tão alta. E com essa recessão, vêm algumas escolhas, até porque cada dia temos um novo serviço de streaming chegando. Por isso, hoje vou estabelecer alguns parâmetros para analisar 4 serviços que testei (ou ainda uso): Netflix, Amazon Prime, Disney+ e HBO GO. Os parâmetros serão: UI (interface de usuário), acervo de conteúdo não-original, acervo de conteúdo original, preço e custo-benefício, todos com uma nota entre 0 e 10.  Começamos pela Netflix.

Netflix

A queridinha do mundo todo, não é de se espantar a popularidade do serviço. Se não fosse ela, provavelmente essa lista sequer existiria, visto que todos os serviços presentes na lista se inspiram de alguma forma no formato. Porém, o pioneirismo não inibe alguns pontos em que o serviço fica pra trás em comparação aos demais concorrentes. Por isso, vamos lá!

UI

Falando de interface de usuário, eu acredito que hoje não há um serviço de streaming sequer que chegue perto da qualidade técnica e da lindíssima identidade visual que a Netflix adotou com o serviço. Tudo é muito fluído, diferente de outros serviços que engasgam por qualquer coisa com muita facilidade, sem contar o design em que muitas empresas pararam em 2013. Tudo é muito redondinho, não é atoa que é a inspiração da maior parte das empresas em resdesign das suas interfaces, a melhor experiência disparada.

Nota: 10/10

Acervo de conteúdo não-original

Se essa lista tivesse sido feita há pouco mais de 6 anos atrás, o cenário seria completamente outro. Apesar de ainda possuir um grande catálogo de conteúdo não-original, é fato de que a Netflix perdeu muita força com esse tipo de conteúdo, seja por términos de contratos sem interesse de renovação ou pelo investimento de muitas das antigas parceiras da Netflix em seus próprios serviços de streaming, como é o caso da Disney.

Mas isso não quer dizer que hoje não temos mais nenhum conteúdo de terceiros no serviço, pelo contrário. Enquanto a Netflix cobre de fato alguns gêneros com conteúdo original, como é o caso do gênero de comédia, por exemplo, vemos uma atuação menos predominante da empresa em conteúdos originais falando de filmes de sci-fi, ação ou animes como um todo, por exemplo. Já foi melhor, é inegável, mas tá longe de ser péssimo.

Nota: 7/10

Conteúdo original

Aqui, é 8 ou 80. Numa roda de amigos, você vai ver dos fãs mais fervorosos de conteúdos originais Netflix, como também vai ver aqueles que dizem que o serviço oferece um completo lixo falando de seu catálogo exclusivo. No entanto, acho que há um meio-termo aqui: a Netflix tem um catálogo predominantemente de ok pra medíocre, mas alguns exclusivos dela se envolvem entre qualquer lista dos melhores conteúdos originais de serviços de streaming, com exemplos desse tipo de conteúdo sendo Cobra Kai, Stranger Things, Star Trek: Discovery, The Crown, dentre muitos outros. Não é um catálogo perfeito e eu desgosto da esmagadora maioria, mas tem muita coisa boa (inclusive em comédia, que de vez em quando pode se perder no pastelão nota 6 com muita coisa (nacional, inclusive) que vale a pena assistir.

Nota: 7,6/10

Preço e custo-benefício

Hoje, a Netflix possui 3 planos de diferentes preços: o Básico, o Padrão e o Premium. O Básico cumpre o nome, trazendo uma resolução pecaminosa de no máximo 480p e apenas 1 tela por R$21,90, enquanto o Padrão traz o 1080p como resolução e também traz 2 telas, tudo por R$32,90. Já o plano Premium traz o 4K com HDR por R$45,90. O custo-benefício do plano mais básico é bacana para uso individual, ainda que em 480p. Os demais planos deixam a desejar em preço, já que concorrentes nessa guerra de streaming como o Amazon Prime ou o Disney+ já oferecem em seu plano mensal as 4 telas e a resolução 4K com suporte ao HDR, com o Prime saindo por R$10 e o Disney+ por R$27,90, consideravelmente mais acessível que o plano Premium da Netflix.

Nota: 6/10

Nota final: 7,5/10

Amazon Prime Video

O serviço de streaming da Amazon chegou ao Brasil como um todo em 2019, trazendo grande visibilidade pelo custo-benefício acima da média em comparação aos concorrentes. Por isso, vamos a lista!

UI

A interface de usuário do Prime Video melhorou muito dos últimos anos pra cá, sendo até visualmente organizada e um bocado moderna. Os catálogos são bem organizados, mas minha crítica vai para 2 pontos: apesar dos gêneros serem bem organizados, a Amazon deixa de sugerir um conteúdo excelente do catálogo dentre a organização por parte do algoritmo, uma falha no meu ver.

E no reprodutor, apesar de ter um recurso muito bacana como o X-Ray do database do IMDb, funcionalidade que mostra quem são os atores em cena no filme ou série em que você está assistindo no momento, o serviço tem um problema crônico de configuração de legendas na versão mobile e na TV, onde diversas vezes apliquei a configuração de legenda e o aplicativo demorou pelo menos 1 minuto para carregar a legenda enquanto o conteúdo permanecia sendo reproduzido no idioma original.

Nota: 7/10

Acervo de conteúdo não-original

O acervo de conteúdo de terceiros na Amazon é consideravelmente bom. Talvez não tenha tantos títulos de apelo quanto uma Netflix, é verdade, mas eu diria que tem um tanto de conteúdo tão bom ou melhor quanto. Falando de filmes, temos dos mais diversos clássicos, seja Bastardos Inglórios, Clube da Luta, a trilogia O Poderoso Chefão, John Wick, Shrek, dentre outros. E falando de séries…bem, se for citar sitcom, temos uma lista sobre os melhores sitcoms disponíveis no serviço, mas em resumo: só por The Office já vale.

Nota: 7/10

Conteúdo original

Como nunca se sabe quando um serviço vai chegar e tirar aquela série que você gosta e não é propriedade da Amazon, é sempre bom ter um conteúdo de apelo para manter as assinaturas. Talvez diferente do Disney+ ou Netflix ele não lide tanto em trazer sequências de conteúdos não-originais exclusivamente para a plataforma, como Cobra Kai, Star Trek Discovery, Fuller House ou The Mandalorian.

Porém, a Amazon de fato apresenta novas propriedades intelectuais interessantes (ou pelo menos adapta propriedades intelectuais de forma audiovisual) o suficiente para valer a pena dar uma chance ao serviço, seja The Boys ou Fleabag. O catálogo original atira para todos os lados, incluindo filmes meio comédia pastelão como Um Princípe em Nova York 2. Talvez não lide com Karate Kid ou Star Wars como a concorrência, mas também inclui muita coisa memorável.

Nota: 6/10

Preço e custo-benefício

4 telas, tendo suporte ao 4K e HDR, todos os benefícios Amazon além do Prime Video, R$9,90 mensal (ou R$89,90 se for pegar o plano anual, como é o caso aqui em casa), é definitivamente o melhor serviço caso você só possa assinar apenas um serviço ou tá afim de assinar dois sem dedicar mais de 5% de um salário mínimo em serviço de streaming. Em custo-benefício, não tem concorrência.

Nota: 10/10

Nota final: 7,5/10

Disney+

O serviço de streaming da Disney é o mais recente da lista, mas também talvez seja o mais peculiar de analisar. Não é um serviço para todos na questão do conteúdo nichado que o serviço oferece, ainda que tenha muito do conteúdo mais apreciado pelo o público geral de cinema dos últimos 15 anos, desde Avatar até Vingadores. Tal qual a HBO com o GO e o HBO Max, não iremos levar o Star+ da Disney em consideração no momento, ainda que haja previsão para o lançamento do serviço no Brasil num futuro próximo. Entretanto, vamos aos pontos principais!

UI

A UI do Disney+ é, na minha opinião pessoal, a segunda melhor da lista, ficando atrás apenas da Netflix. Tem uma identidade visual bem característica e própria, é fácil e acessível de achar muito do catálogo disponível, seja com os ícones superiores indicando os estúdios que o serviço tem disponíveis em seu catálogo, ou até mesmo com playlist de filmes e séries para entender uma linha do tempo que vai e volta no UCM ou Star Wars.

Minha crítica talvez fique com o tanto de conteúdo disponibilizado no cátalogo brasileiro sem a menor localização, seja legenda ou dublagem, como foi o caso de Hamilton por alguns meses e ainda é o caso de Star Wars: Rebels. E de forma mais fútil, o player, que acho estranhamente pobre em recursos e até visualmente falando, parecendo até sites de pirataria em algum momento.

Nota: 8/10

Acervo de conteúdo não-original

Disney, Pixar, Star Wars, Marvel e National Geographic, preciso falar mais alguma coisa? É exatamente o que você espera, (quase) tudo de todos os nomes (de muito peso, diga-se de passagem) citados acima. Um ponto (para o bem e para o mal) que incrementa essa biblioteca é a monopolização de todo esse catálogo por parte da Disney aqui no Brasil. Ou seja: esqueça lançamento ou renovação de estoque de mídia física, distribuição de filmes Disney por aluguel online, exibição em quaisquer canais não-Disney (que ainda que fossem propriedade da mesma, ocorriam por meio de parcerias), esquece. No Brasil, a única forma de consumir Star Wars ou Marvel é por meio do Disney+, por mais preocupante que isso seja para o longo prazo da preservação e democratização desses produtos.

Se você excluir esse problema…é um catálogo bacana. Nichado em grande parte, mas bacana. O “quase” entre parênteses é o meu interior rabujento com a ausência de produções mais antigas dessas propriedades mais antigas da Disney no catálogo brasileiro do Disney+ (o que bizarramente não ocorre lá fora), como é o caso da série animada de 1994 do Homem-Aranha produzida para a extinta Fox Kids, ou até a aclamada As Visões da Raven do Disney Channel. A tendência é que tudo isso eventualmente chegue ao catálogo brasileiro, visto o tanto de coisa que a empresa vem adicionando ao catálogo brasileiro desde a chegada do serviço aqui no Brasil em 17 de novembro de 2019.

Tire essas exceções e o conteúdo é altamente apreciável, o cuidado da Disney em trazer toda a evolução da Pixar dos produtos mais tímidos como curtas da mesma no fim da década de 80 até os blockbusters mais recentes, ou no caso de Star Wars em trazer todo o conteúdo canônico em ordem cronólogica, dos filmes até as séries, tendo anunciado inclusive o conteúdo não-canonico de Guerra nas Estrelas, como é o caso das 2 temporadas da animação “Clone Wars” de 2003 (não aquela em 3D que você está pensando – e que, inclusive, analisamos a última temporada onde você pode ler clicando aqui -, mas uma animação em 2D concebida pelo criador de Samurai Jack, Genndy Tartakovsky, sendo um verdadeiro deleite narrativo e visual) ou a animação dos ewoks da metade da década de 80. Em resumo: nichado, mas ótimo.

Nota: 7/10

Conteúdo original

Por anos, nos perguntávamos como seria ver uma série live-action da Marvel (vamos fingir que a Netflix não respondeu essa dúvida), de Star Wars. Bem, o Disney+ chega para preencher essa lacuna. Se você é o fissurado por essas empresas e quer ver os desdobramentos de novos conteúdos da linha do tempo da Marvel ou Star Wars, a assinatura do serviço do camundongo é indispensável. Com pouco mais de 1 ano desde o seu lançamento nos EUA, o Disney+ já conta timidamente com algumas produções originais pra lá de interessantes, ainda que eu ressalte a tecla de ser um conteúdo nichado.

Mas deixando esse ponto de lado, The Mandalorian é certamente um dos melhores produtos Star Wars produzidos nos últimos 25 anos, junto com Clone Wars (ambas as versões, a de 2003 e a de 2008) e Rebels. Falando de Marvel, é muito difícil de se comparar considerando comparar Vingadores com Falcão e o Soldado Invernal, mas…é competente, sendo uma ferramente de complemento de arco de desenvolvimento interessante para os personagens explorados no UCM, tal qual a Lucasfilm fez com a trilogia Prequel de Star Wars trazendo Clone Wars para preencher algumas lacunas de desenvolvimento dos filmes.

Fala-se de Pixar e você tem Soul, uma obra excelente (e falando da Pixar, uma das melhores), fala-se de Star Wars e você tem The Mandalorian (com séries de outros grandes personagens da novela espacial, como é o caso de Kenobi, Ahsoka e The Book of Boba Fett), fala-se de Marvel e você tem Falcão e o Soldado Invernal (e num futuro muito próximo, Loki, Viúva Negra chegando via Premier Access, She-Hulk, Gavião Arqueiro, Secret Invasion, etc) ou WandaVision, fala-se de Disney e você tem High School Musical: A Série: O Musical ou Hamilton. O meu ponto é: talvez não seja amplamente atrativo, mas é (muito) competente e muito promissor para quem tem alguma familiaridade com as principais propriedades intelectuais da Disney hoje. Um catálogo mais pluralista é esperado do Star+, uma alternativa ao conteúdo “mais família” do Disney+ que diferentemente de regiões como a Europa será disponibilizado à parte do Disney+.

Nota: 8/10

Preço e custo-benefício

O Disney+ é, no meu ver, o mais meio-termo dentre os serviços citados. Não é baixo de forma atrativa como o serviço da Amazon, mas também não cobra o preço de um plano Padrão da Netflix, ainda que seja pouco mais de R$5 mais caro que o plano Básico de 1 tela em 480p. Oferecendo 4 telas com suporte ao 4K+HDR, é um custo-benefício médio, não surpreende nem positivamente, nem negativamente.

Nota: 7/10

Nota final: 7,5/10

HBO GO

O serviço da HBO, que desembarcou no Brasil em novembro de 2017, conquistou a admiração de muitos brasileiros pelo seu catálogo diversificado e peculiar. Apesar da chegada do HBO Max em junho desse ano, no momento o serviço é a opção oficial da HBO para a disponibilidade de seu conteúdo para o público brasileiro.

UI

Não me entenda mal: apesar da interface do serviço da HBO ser de longe a pior dentre os serviços listados, ela tá bem longe de ser ruim. Não é ruim, muito menos ineficiente (falando da versão de PC, por exemplo, a versão de Smart TVs e mobile é particularmente feia), só é pior que a concorrência. Minha maior crítica vai para a desorganização de filmes do catálogo. É isso, não tem muito mais o quê citar.

Nota: 7/10

Catálogo

O catálogo do HBO GO difere das demais propostas sobre conteúdo original de outros serviços de streaming, por isso não achei justo estabalecer um parâmetro de comparação como esse que queimaria alguns pontos pela falta de produção de séries e filmes originais dele. Mas no geral: o catálogo do HBO GO é bastante democrático e diversificado, tendo nomes de peso ainda que em constante rotatividade.

É um serviço que se dedica bastante ao nicho de filmes aclamados pela Academia, por exemplo, mas também possui seus filmes de heróis, documentários ou até suas comédias pastelonas. Os destaques vão para Joker, Homem-Aranha: Longe de Casa, Euphoria, Chernobyl, Aves de Rapina, a trilogia Senhor dos Anéis, toda a saga Harry Potter e demais clássicos aclamados pelo público e crítica.

Apesar de parecer muito modesto (e talvez seja se comparado aos concorrentes Netflix e Prime Video), o que difere o HBO GO de uma Netflix é a proposta. Diferente do HBO Max lá fora, aqui o serviço não se preocupa em oferecer produtos exclusivos, mas se preocupa principalmente em uma rotatividade de catálogo que permita trazer grandes nomes da HBO/Warner Media e demais parceiros de forma abundante, proposta que no meu ver é bem executada. Minha crítica talvez seja sobre a presença em menor quantidade de séries, que de falto pesam ao falar de um serviço de streaming tão premium quanto o HBO GO se propõe a ser.

Nota: 7/10

Preço e custo-benefício

O HBO GO está disponível no Brasil pela bagatela de R$34,90 mensais, sem variantes de menor custo (seja um plano anual ou uma versão Básica, como a Netflix), com 3 telas e resolução Full HD, sem 4K e HDR como seus demais concorrentes, ainda que no caso da Netflix custando um preço desnecessariamente rídiculo para tal resolução. Apesar de ser uma melhor opção do que o plano Padrão da Netflix falando de número de telas e preço, se colocado na balança contra demais concorrentes como Prime Video ou Disney+, o serviço se torna um pouco menos atrativo eliminando a diferença de catálogo e colocando em pauta o custo-benefício. Mas, caso você seja assinante de algum plano de TV a cabo, há a possibilidade do plano cobrir o serviço, tornando-o assim um serviço de streaming bastante atrativo.

Nota: 7/10

Nota final: 7/10

Conclusão

Cada serviço tem a sua proposta, é importante avaliar como cada uma se comporta e como cada uma é compatível com as suas necessidades, tanto financeiras quanto de afinidade. O ranking abaixo é apenas uma constatação de acordo com os tópicos aqui estabelecidos, mas não são (e nem foram propostos para serem) um termômetro definitivo para qualquer escolha. Os resultados são:

1° lugar: Netflix – 7,6/10

2° lugar: Prime Video – 7,5/10

2° lugar: Disney+ – 7,5/10

4° lugar: HBO GO – 7/10

Mas e você, qual deste você mais gosta? E qual destes você não assinaria? Comente logo abaixo 😀

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